terça-feira, 25 de setembro de 2012

Se ao menos subesses


“É no mínimo esquisito o que aconteceu num espaço de seis meses. Tudo mudou, inesperadamente, para melhor. Digo que é estranho porque o é realmente. Já não acreditava que alguma vez a minha vida pudesse endireitar-se como sempre o desejei.”

                Há uns dias atrás, este excerto ainda fazia sentido. Sentia-me protegida e sorria por um motivo. Mas tudo mudou de um segundo para o outro.
                Dizem que o que é verdadeiro dura o tempo suficiente para ser inesquecível e na minha cabeça, isso já não faz sentido. Não consigo chorar por um único minuto e nem num único segundo consigo pensar em desistir de nós. Posso passar o dia a fazer mil e uma coisas e a sorrir, sem razão, apenas porque ainda acredito que o meu telemóvel vai tocar e do outro lado tu vais lá estar, enquanto dizes o meu nome. Olho para estas últimas páginas da minha vida e sei que tu foste a melhor coisa que me aconteceu. Fizeste-me descobrir outra pessoa dentro de mim que, até ao momento, eu desconhecia. Tenho medo de me cruzar contigo na rua e de ser ignorada por ti, medo de não voltar a confiar em mais ninguém como confiei em ti…
                As pessoas perguntam se eu me arrependo e eu respondo sempre que não. Já percebi que a vida é demasiado curta para arrependimentos desse género. Nesta história só lamento o facto de ter sido tão orgulhosa ao ponto de ter dito tudo o que disse. Fui ingénua e tentei enganar-me a mim própria: eu não sou aquela pessoa forte que tentava demonstrar ao mundo, muito pelo contrário. Perdi uma das pessoas que, pela primeira vez, me fez acreditar em mim própria.
                Por tudo isto, vais ficar para sempre marcado, por me teres feito tão bem nos últimos tempos.  



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