segunda-feira, 18 de junho de 2012

Se eu pudesse voltar atrás

Sempre disse que gostaria de voltar atrás mesmo sabendo que é impossível, por ações feitas ou atitudes tomadas que acabava por me arrepender posteriormente. Mas agora que aqui estou sentada com um lápis na mão, uma folha vazia e a música a tocar, dou por mim a recordar uma das melhores semanas de sempre, conhecida como a ‘semana mais louca das nossas vidas’:
                Tinha chegado finalmente a primeira de muitas grandes noites: vinte e dois de março de dois mil e doze, mais especificamente, a noite do baile. Sabia que se avizinhava uma grande semana, fora de Portugal, longe das regras de casa e por sua vez, mais liberdade e diversão. Não pensava sequer nas saudades que iria ter, até chegar a hora do beijo da despedida dos meus pais e irmãos. Esse momento trouxe consigo uma mistura de sentimentos sobre mim: queria ir embora, conhecer novos sítios e novas pessoas mas também queria ficar e quando dei por mim, por mais que não quisesse deixar, as lágrimas corriam-me o rosto e a ânsia de entrar dentro do autocarro era cada vez maior. Sentia-me contraditória comigo mesma.
                Apesar de a partida ter sido difícil, agora queria voltar atrás, queria voltar ao momento em que desci do autocarro e pisei, pela primeira vez, o solo de Lloret de Mar. Desejava voltar a ter o cartão do quarto cento e cinco na mão e ver a porta sempre a abrir e a fechar com conhecidos e mesmo desconhecidos a entrar e a sair… Desejava poder viver aquela semana toda novamente, passar por tudo o que passei naquelas ruas, visitar os mesmos locais e cometer os mesmos disparates… Foram pormenores como estes que fizeram com que tudo valesse a pena. Hoje afirmo que “aquele quarto jamais será o mesmo”. 
                Nesses dias e noites muita coisa aconteceu e sem dúvida que gostava de voltar a passar por tudo. Jamais vou esquecer os laços criados nesta viagem, as pessoas novas que conheci e acima de tudo, o convívio o qual pude fazer parte. Em Lloret as pessoas revelaram-se: umas para melhor e outras para pior.
                Enfim… eu queria voltar atrás e não por arrependimento. Só queria voltar a sentir o receio de estar longe de quem amo, chorar por causa da saudade e acima de tudo, queria voltar a sentir a forte união que Lloret criou em mim ou até mesmo em Nós, enquanto grupo de amigos.


texto no âmbito da disciplina de Português*

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