terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"dor de pensar"

« O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso. »
                                   Alberto Caeiro.

Inoportuno, desagradável, desonesto, hipócrito. Assim gosto de caracterizar o ser humano, enquanto me descrevo a mim própria. Perdida, sem uma direcção certa a seguir. Por momentos, queria ser como aquele heterónimo, o Alberto Caeiro. Ele que não pensa e, mesmo assim, afirma que é feliz. Aquele que poderia fazer qualquer coisa, mas não faz porque lhe chega saber que pode fazer para ser alegre… E eu? Por que é que a todo o momento tenho que pensar, se isso não me põe satisfeita?
Tudo faria sentido se, de algum modo, o ser humano não pensasse. Poder agir sem matutar nas consequências, poder falar sem imaginar no que dizer a seguir, poder ser nós próprios sem considerar o que os outros acham a nosso respeito. Ser espontâneo era o ideal.
Mostrar quando estamos bem e mesmo quando temos o mundo a desabar. Apresentar as verdadeiras lágrimas, assim como descobrimos os verdadeiros sorrisos. Ser-mos apenas nós, sem enganos e sem qualquer pretexto para pensar-mos que poderíamos ser bem melhores!

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